Mudando com o seu pet para Portugal
Dicas para levar seus peludos com você quando resolver imigrar.
Não deixe seu bichinho para trás. A sua ausência irá doer para ele tanto quando a dele irá doer para você. Esse é um laço que não deve e nem precisa ser quebrado, afinal é possível trazer cães, gatos e, vejam só, furões. Para ajudar vocês escrevei esse texto sobre como viajar com animais para Portugal.
Voar com seu bichinho – ou bichinhos – não é difícil, porém é trabalhoso, e todo o processo deve ter início com muita antecedência para que não sejam pegos de surpresa. Qualquer falha pode resultar na negativa do embarque e muitos transtornos.
Fico tranquila para dar essa recomendação, afinal, neste momento, estamos cuidando da vinda de Caramelo, nosso golden (falei dele aqui), para cá. Justamente por perdermos o timing com o processo ele precisou vir depois, quando meu enteado vier nos visitar. Esperavámos ele para o dia 02 de maio, mas o imponderável exerceu sua força e a viagem deles ficou adiada para agosto, quando o peludão deve chegar.
Passo a passo para a sua viagem com seus peludinhos
Não vou entrar nas explicações dos porquês da exigências, acho que você não chegou aqui para entender isso. Acredito que quer mesmo saber é o como. A melhor forma de fazer isso é com uma listinha bem objetiva.
Vamos lá?
1º passo: o microchip
O implante é obrigatório para que seu bichinho embarque com você. Procure uma clínica veterinária, faça o implante e cadastre os dados do seu peludo. Mantenha o comprovante com você.
Lembre que Portugal exige que o microchip esteja dentro dos padrões da ISO 11784 e da ISO 11785, observe bem isso para não ter surpresas.
2º passo: vacina da raiva
Lembra que falei de planejamento? Pois é. A vacina antirrábica só pode ser aplicada após a implantação do chip. Foi feita antes? Não tem “validade”. Será preciso vacinar novamente, com 30 dias de intervalo da anterior. Quando for vacinar avise na clínica que é para migrar com seu bichinho, a vacina precisa ser importada para ser aceita.
3º passo – sorologia da raiva
Esse é o passo mais demorado de todos. Para a sorologia, o sangue deve ser retirado pelo menos 31 dias depois da vacina e encaminhado, pelo veterinário, para exame em laboratórios especializados. No Brasil só existem dois: TECSA em Belo Horizonte e a da USP em São Paulo, que são credenciados pela União Européia. A amostra será enviada para os laboratórios e o resultado pode demorar até mais de 8 semanas para chegar. No nosso caso levou 6 semanas.
4º passo – atestado de saúde
Mais próximo da viagem, quando faltarem 10 dias para o embarque, você deve comparecer à cliníca veterinária e solicitar um atestado de saúde.
O Ministério da Agricultura tem um modelinho que pode ser seguido.
5º passo – certificado veterinário internacional (CVI)
Quando tiver em mãos o resultado da sorologia e o atestado de saúde é hora de procurar o Vigiagro para solicitar o CVI. Você vai encontrá-lo nos aeroportos das capitais. Dois pontos importantes: esse atestado também precisa ser emitido faltando menos de dez dias para o embarque e é sempre bom ligar e agendar para evitar supresas.
6º passo – import permit
Estamos quase no fim da jornada, ou melhor, no início da viagem. É hora de cuidar do importe permit.
O governo português exige que você, como tutor de seu bichinho, envie uma solicitação de importação do animal. Isso fará com que um veterinário do governo esteja de prontidão esperando vocês em sua chegada, para poder atestar a saúde e liberar a documentação.
Encaminhar, com pelo menos 48 horas de antecedência, cópia do CZI e de todos os outros documentos para o e-mail:
Lisboa: pcflisboaa@dgav.pt
Telefones: +351 218 492 434 / +351 919 551 607
Porto: pcfportoa@dgav.pt
Telefone: + 351 229 966 273
7º passo – embarque
Dependendo do porte de seu animal ele pode ir na cabine (animais de até 8kg, somados o peso dele e da bolsa) ou no porão. É importante lembrar que na cabine há um número máximo de animais permitidos, ou seja, se demorar a pagar a taxa de transporte de seu peludo ele pode não conseguir embarcar.
Para ir no porões é preciso ter uma caixa de transporte – que deve ser aprovada pela IATA e ter tamanho adequado ao seu animal de estimação. Ela deve ser rígida e ele deve conseguir ficar em pé e dar uma volta de 360 ° dentro dela.
A caixa para a cabine deve ser flexível, tipo bolsa, e viaja nos pés, debaixo do assento da frente. A do porão deve ser rígida. Cada companhia aérea tem um critério. Algumas consideram “Carga Viva ”se o peso do animal ultrapassar 45 kg (como a TAP) e neste caso ele só pode viajar através de um despachante aduaneiro / empresa Especializado em transporte internacional de animais. Caramelo mesmo está de dieta para poder embarcar, o peso dele somado a caixa estava dando 48kg. Outras empresas, como a Lufthansa, Iberia e Air France, considera “Carga Viva” animais com peso superior a 75 kg.
Se o seu pet tiver que viajar sozinho, sem acompanhante no voo (e neste caso não importa o peso), também será considerado Carga Viva vai exigir o envolvimento de despachante aduaneiro. Se o seu cão ou gato for braquicefálico (focinho achatado), viajará em qualquer companhia aérea, na cabine, desde que pese até 8 kg (bolsa sem peso).
Os documentos necessários para viajar para Portugal com seu PET
Será necessário providenciar a documentação dos animais:
- Certificação de aplicação do microchip;
- Vacina antirrábica em dia no cartão de vacinação;
- Laudo com o resultado da Sorologia Anti Rábica, sendo que os anticorpos devem estar acima de 0,5 Ul/ml;
- Certificado de Saúde assinado pelo veterinário;
- Formulário de Fiscalização de Animais de companhia preenchido;
- Comprovação de embarque e endereço de Portugal.
Como eu disse, não é difícil, mas é trabalhoso é exige planejamento.
É isso, gente. Espero ter ajudado e espero que venham com seus bichinhos. Logo irei publicar um post sobre como vir com PET dificulta o aluguel em Portugal – infelizmente um fato, mas não é um obstáculo, nunca deixei de fazer o relocation de nenhum cliente com seus peludinhos.